Com um beijo entrega-se ao Estio
Com uma espiga crava-lhe o peito
Um pingo de chuva a afastar o frio
Um raio de sol a recolher-se ao leito
Gémeos, Touro e Carneiro
Dois chifrudos e um a dobrar
Paixões e namoros vêm primeiro
Depois alergias e pólen para espirrar
A prima Vera de perna ao léu
Numa sexta-feira considerada santa
Ao fundo, uma mulher coberta com véu
Na esquina, um homem cego canta
Antes, andorinhas, papoilas e borboletas
Um balcão com amêndoas, ovos e folares
Depois, bifanas, copos e rezas santas
Eis as preces das festas populares
A Primavera, risonha estação
Em Aleluia traz-nos os saldos
No fim, foge piscando o olho ao marrão
Para quem Santo António é exames e não fados
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