Sunday, December 25, 2011

B

BANANA
Quando se fala de banana junto de uma população particularmente despretensiosa, cujas idades podem variar entre os 15 e os 45 anos (ao lançar estes números, utilizo apenas a noção de estimativa, esquecendo completamente a exactidão), a probabilidade de haver risota é bastante grande: seja porque alguém lamenta não ter conseguido comer uma banana por inteiro; seja porque outro dos intervenientes na conversa revela não gostar das bananas da Madeira (por serem pequenas); ou ainda porque alguém assume a felicidade de não ter escorregado naquela casca de banana que se encontrava em pleno passeio, apesar de aquele objecto verde suspenso num poste (mais conhecido como caixote do lixo) estar ali tão perto.
De facto, a palavra banana pode ter várias conotações de cariz sexual (e até musical, se recorrermos a “Como o macaco gosta de banana”, de José Cid), mas, na realidade, não passa de um conjunto de seis letras que designam um fruto de cor verde (antes de estar maduro) que se metamorfoseia em cor amarela quando fica maduro.
O problema é que para quem, como eu, leu ‘As minhas aventuras na República Portuguesa’, a vontade de mudar o título do livro de Miguel Esteves Cardoso para ‘As minhas aventuras na República das Bananas’ é grande. Actualmente, Portugal é isso mesmo: uma república das bananas, governada ora por bananas que são sérios (mas não deixam de ser uns bananas), ora por mãos de ferro coordenadas por espíritos determinados mas com vidas escorregadias (como as cascas de banana).
Já para quem gosta de futebol, o remate em banana é enfatizado por ser um gesto que dignifica quem o executa, salientando os especialistas nessa matéria que, tal proeza (a de efectuar um remate em arco), só está ao alcance dos predestinados.
No campo do desporto aventura, o Verão é pródigo em levar alguns homens de assumida masculinidade a montarem-se (literalmente) numa banana (de plástico) puxada por uma mota de água. Há quem se regozije com esse triste espectáculo que junta várias pessoas ostentando coletes salva-vidas fluorescentes em cima de uma banana que mais parece um martelo pneumático, que abandonou a sua missão perfuradora e vertical em terra para se dedicar a uma missão de transporte e horizontal no mar. Até hoje, continuo sem descobrir tais encantos!
Voltando ao fruto propriamente dito, é inesquecível aquela lição de algumas avós que, sendo oriundas de famílias mais endinheiradas e tendo ganho certos tiques de linguagem, optam por não repreender a preguiça dos netos que preferem comer uma banana em detrimento de outro fruto, por ser fácil descascá-la, louvando antes, com um tom de voz quase teatral, a aposta destes nesse fruto tão rico em potássio e que ajuda a evitar as cãibras na adolescência.
Quem em tenra idade tomou consciência de que a banana tem potássio, sorrirá sempre de maneira diferente da pessoa a quem, no mesmo período etário, foi dito que “banana mole não serve”.

BETWEEN

Segundo um dicionário de Inglês/Português da Porto Editora, de 1989, a palavra inglesa between é uma preposição que significa “entre, no meio de (duas pessoas ou coisas)”.
Berlim esteve durante 45 anos do século XX dividida entre a República Democrática da Alemanha e a República Federal da Alemanha, tendo sido o seu Muro um dos expoentes máximos da Guerra Fria entre os Estados Unidos da América e a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Actualmente, existe uma Alemanha unificada e uma única Berlim, rica pela diferença e não pela divergência. Mas a História não deve ser apagada (nem repetida)!
Belfast, que é a capital da Irlanda do Norte, continua a estar no meio de duas facções: católicos de um lado (próximos da República da Irlanda) e protestantes do outro (fiéis à Coroa Britânica). Apesar de a guerra no território irlandês (ou das duas Irlandas) já ter tido dias mais sangrentos, é impossível, para quem já esteve em Belfast, esquecer que há ruas onde de um lado só caminham católicos e do outro só passam protestantes.
Ultrapassar determinado limite, nessas ruas, pode causar o derramamento de muito sangue. Continuo a ser a favor de alguns limites; mas não destes!
Budapeste não está entre nem no meio de duas pessoas ou coisas; é o mítico rio Danúbio que está no meio da capital húngara, marcando (sem conflitos) a distinção entre Buda e Peste. Cidade que deu azo à criação de uma música, há quase duas décadas, que tornou o nome do grupo musical português Mão Morta mais conhecido, Budapeste é uma cidade elegante e discreta, mas ao mesmo tempo imparável, provando que tudo é mais saudável quando serve para unir ao invés de separar.
Balaton é um lago situado também na Hungria e que, à semelhança do Danúbio em Budapeste, não divide; agrega. Apesar dos seus quase 600 km2 de superfície, e de ter vários pontos de interesse como Tihany e a sua península, ou ainda Badacsony, Balatonfüred, Fonyód, Balatonberény e Siófok, o Lago Balaton é uma marca de orgulho e de união para a população magiar.
Benfica, Sport Lisboa e Benfica. Nascido da fusão entre o Sport Lisboa e o Grupo Sport Benfica, começou por unir. Mais tarde, sem precisar de dividir, reinou. Depois cresceu. Entretanto caiu. Desejam os seus sócios e simpatizantes que já se tenha levantado.
Alfabeticamente, encontra-se entre o Futebol Clube do Porto e o Sporting Clube de Portugal. Desportivamente, está no meio de uma crise existencial: a de saber se é realmente o maior clube português, por ter conquistado mais títulos nacionais de futebol do que todos os outros, ou admitir que já perdeu essa posição para o Futebol Clube do Porto, que possui mais títulos internacionais.
Como em quase tudo na vida, está-se quase sempre entre uma coisa e outra, entre o bem e mal, entre a direita e a esquerda, entre o preto e o branco, entre baptizar ou deixar a escolha para quando a criança crescer. Ou no meio de duas pessoas: mãe e pai, um filho ou outro, a mulher que esteve ou a que há-de vir, o presidente da república ou o primeiro-ministro.
Se falarmos em Bizâncio, estamos entre dois mundos, entre dois continentes, entre duas religiões, e até entre outros dois nomes: Istambul e Constantinopla.
É a vida!

BARRIO LATINO
Era muito fácil escolher Bono, mesmo que esse não seja o seu verdadeiro nome. E era demasiado óbvio para mim. Não deixava também de ser justo, por muito que alguém que muito estimo, embora não conheça pessoalmente (Herman José), tenha um ódio de estimação pelo Senhor Paul David Hewson, a voz dos U2.
Mas a minha última selecção para a letra B vai para BARRIO LATINO Paris By CARLOS CAMPOS, álbum de 2003. Contando com dois discos, Cenando e Bailando, bastou ouvir a música Amor De Siempre num café/restaurante de Podgorica (antiga Titogrado) para logo procurar saber do que se tratava.
Decorria o dia 3 de Novembro de 2003. Dois dias mais tarde, consegui adquirir o álbum numa discoteca de Budapeste, antes de correr apressadamente para apanhar um comboio que me levaria a Cracóvia, onde ouvi, pela primeira vez, Cenando e Bailando de uma ponta à outra.
É uma história simples, quiçá demasiado fútil, mas se até hoje não foi esquecida, provavelmente é porque BARRIO LATINO Paris By CARLOS CAMPOS não é só a música Amor De Siempre; é amor para sempre.

Sunday, December 18, 2011

A

AMÁLIA

Três semanas depois de o Fado ter sido considerado património imaterial da humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), era de uma assinalável falta de memória iniciar ‘O meu dicionário (pouco) ilustrado’ sem fazer referência a Amália Rodrigues.
Mesmo que não o fosse para a maior parte da população portuguesa, seria sempre para este português que, apesar de algumas viagens inscritas no seu roteiro de vida, insiste em não emigrar, mesmo quando a crise aperta e a esperança num futuro melhor está no nível mais baixo que se pode imaginar (ultimamente, utiliza-se a classificação Lixo – coisas do rating).
Um dos aspectos mais curiosos neste processo é que a decisão de elevar o Fado a património imaterial da humanidade foi tomada em Bali, na Indonésia, país com o qual Portugal manteve um longo diferendo, devido ao desrespeito desse país situado quase nos nossos antípodas pelos direitos do povo de Timor.
Muitas vezes, a conjugação dos opostos resulta numa harmonia inesperada e a roçar a ironia. Talvez por isso, é provável que o gesto de António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que decidiu concluir a sua intervenção em Bali chegando um moderno iPhone ao microfone para onde discursava e deixando que a sala ouvisse Amália cantar a tradicional ‘Estranha forma de vida’, fique gravado na nossa memória colectiva durante largos anos.
São precisamente os dois lados antagónicos de Amália que dificilmente farão esquecê-la. Porque, se por um lado era idolatrada e símbolo involuntário de um regime, por outro tinha os seus detractores, não só por razões políticas que não terão sido bem aprofundadas, mas também por ter tido um lote de pecados que todos os seres humanos merecem desfrutar mas que nem todos se disponibilizam para compreender.
Para os que não sabem, não nasci na Mouraria nem em Alfama, mas gosto de Fado desde pequenino, talvez desde a mesma altura em que me lembro de gostar do Benfica. Porque sempre gostei daquele ambiente, sempre apreciei a sonoridade e sempre dei valor às nossas letras, à nossa cultura e à nossa língua.
Sempre gostei e continuo a gostar. Mas só gosto do que é autêntico. Não estou disponível para defender cegamente uma nova geração de fadistas só porque é nova ou só porque criou novas roupagens.
Haverá sempre Amália, Severa e Marceneiro. No momento em que escrevo, ainda há Carlos do Carmo, Ana Moura, Camané e Mariza.
Mas há mais, muitos mais: uns que ganharão o seu lugar ao sol, outros a quem a selecção natural empurrará para a berma da estrada.

ANA

Diz um provérbio português que ‘há mais Marias na terra’. Há um outro que refere que ‘quem nunca pecou, que atire a primeira pedra’. Eu, que tenho um espírito popular q.b., peço aos homens que nunca se envolveram com alguém de nome Ana que se cheguem à frente.
Para que não haja a mais pequena dúvida, convém salientar que uma paixão platónica também serve.
Sim, há os que gostaram de uma Ana e não foram correspondidos. Depois, há alguma Ana que levou uma nega devido às suas borbulhas típicas da adolescência ou a algum excesso de peso. Existe também o lote daquelas Anas a quem se roubou um beijo sem ela estar à espera e de quem logo se fugiu para que uma mão não nos viesse pousar na cara (ou as duas, dependendo da fúria). Pode haver uma Ana que nos massajasse o pescoço enquanto a professora de geografia escrevia no quadro negro que Bucareste é a capital romena e Budapeste é que é a capital da Hungria. Há uma Ana com quem se fez tudo mas que afinal não foi nada. E há aquela Ana com quem não se fez nada mas a quem se deu quase tudo. Ou há uma Ana professora que entra em sonhos menos próprios. Ou então uma Ana que foi o grande amor da nossa vida. Ou ainda uma Ana que foi só amante, ou só colega, ou só empregada de limpeza.
Mas há sempre uma Ana, tem que ter havido sempre uma Ana na nossa vida. Tal como uma Maria, nem que seja apenas o seu segundo nome próprio.
Se for Ana Maria é bingo. Se for Maria Ana, ou é gaguez, ou é mera falta de gosto!

ACHTUNG BABY
Na escolha para a terceira e última palavra começada por A, havia várias hipóteses. É sempre bom quando existem alternativas.
Podia escrever sobre as características do signo Aquário e da enorme capacidade que os jornalistas estagiários têm para fazer horóscopos. Aos que se sentem mais à vontade nesse tipo de trabalho, deixo um conselho: dediquem-se ao humor ou ao negócio imobiliário, que também tem muita graça.
Outras hipóteses eram falar da água e da falta de recursos naturais que começam a assolar o nosso planeta, ou das águias que simbolizam tanto o Benfica, como a Lazio de Roma ou a Albânia, ou ainda dos meses de Abril e Agosto… mas não era a mesma coisa!
Cheguei a pensar dedicar um texto ao Aimar, ao Pablo Aimar, jogador de futebol do Sport Lisboa e Benfica, que é mais do que um jogador e não merece que eu me arrisque a utilizar palavras eventualmente pouco adequadas para a enorme qualidade que apresenta dentro e fora do campo.
Por isso, é com algum atraso (afinal, sou português e um atraso é quase intrínseco) que assinalo os 20 anos sobre o lançamento do Achtung Baby.
Há quem diga que essa obra-prima mudou a forma de se fazer música. Outros dizem que foi o último grande álbum dos U2. Por outro lado, muita gente salienta que foi com o Achtung Baby que começou a gostar da banda irlandesa.
Eu limito-me a dizer que não me recordo de ouvir tantas pessoas falarem de um álbum. E também tenho alguma dificuldade em lembrar-me de bandas que assinalem uma efeméride deste tipo. Mas aguardo que me corrijam, se for caso disso.
Para todos os efeitos, é um álbum inesquecível. É como um filme vencedor de um Oscar, bom do início ao fim. Se nesses filmes, há diálogos que, consoante o enquadramento, são reproduzidos por um dos elementos de um casal, ou por um grupo de amigos, quiçá por um director executivo de uma multinacional, em Achtung Baby surge um conhecimento quase perfeito de cada música, do seu nome e do seu som, da sua letra e da primeira vez em que foi ouvida, com quem e em que estação de rádio.
Achtung Baby apresenta a dúzia mais perfeita de tudo o que conheço. Se pudesse, Os Dez Mandamentos eram substituídos por estas 12 Faixas e não se falava mais nisso.
Porque Achtung Baby é irrepetível! E o que me importa essa inevitabilidade se sei que a genialidade passou por ali?!

Sunday, December 11, 2011

Saturday, December 03, 2011

Wednesday, November 16, 2011

A Selecção Nacional vai ao Euro-2012...

... mas a crise não acabou!

Friday, April 29, 2011

Quase 24 horas depois...

... passou-se da Luz para o granizo.


Thursday, April 28, 2011

Sunday, April 24, 2011

Uma questão de números

Ainda que Jorge Jesus, no final da época 2010/2011, apenas possa ter ajudado o Benfica a conquistar a Taça da Liga, deve salientar-se que o treinador português nunca conseguiu menos do que o seu antecessor. Para os que não se lembram, aqui fica o nome do espanhol: Quique Flores.

Saturday, April 23, 2011

União de Leiria troca com Villarreal

O sorteio das meias-finais da Liga Europa desta época ditou um F.C.Porto-Villarreal e um Benfica-Sp.Braga.
Resumindo e concluindo, a única diferença para as meias-finais da Taça de Portugal de 1997/98 está na ausência da União de Leiria, “substituída” pelos espanhóis do Villarreal.

Atenção: não confundir a equipa espanhola com as formações portuguesas de Vila Real de Santo António ou de Vila Real (de Trás-os-Montes); já nos basta ouvir dizer Viena de Áustria!

Tuesday, March 29, 2011

No dia em que o Rei faz anos...

... não basta dar os Parabéns. Há que lembrar!

Sunday, March 20, 2011

Sunday, March 06, 2011

A Luta é Alegria

Quando o Povo tem oportunidades para escolher, por pouco que seja, os resultados são sempre mais genuínos.

http://ww1.rtp.pt/tvonline/sites/festival_cancao2011/?tag=93

Wednesday, March 02, 2011

Tuesday, March 01, 2011

Eis o Portugal moderno

País - Grafiti de amor resultou em prisão para um jovem de Peniche - RTP Noticias, Vídeo


Que bonito!
Então e o VARA, o GODINHO, os arguidos do Processo CASA PIA, o PINTO DA COSTA?
Já percebi: esses não sabem fazer grafitis.

Saturday, February 26, 2011

Ao cuidado do Exmo. Sr. Fernando Lopes

Depois da sua magnífica obra dedicada ao pugilista Belarmino, creio que está na altura de completar a sequela, dedicando um filme ao antigo treinador de futebol do Sporting, Paulo Sérgio, despedido esta manhã.
Converse com a sua companheira, Maria João Seixas, e questione-a sobre a hipótese de chamar a esta nova película Forcado. Por mim, o nome está aprovado, conhecida que é a paixão de Paulo Sérgio pela tauromaquia.
Deixo-lhe, tintim por tintim, as palavras que tornaram o jovem treinador na figura central de um filme que nem o próprio se apercebeu que estava a ser realizado:
“Enquanto a Direcção entender que, que eu me levanto todos os dias, porque isto é como no boxe... quem vence não é quem bate mais, é quem aguenta mais pancada. Eu estou todo negro, mas com vontade de levar mais”.

Tuesday, February 22, 2011

Uma metáfora

Quando o Benfica ganha ao Porto, a sensação é semelhante à do adolescente que, depois de ser assaltado por um bando de delinquentes, na zona mais esconsa de um longo túnel do metropolitano, vê um polícia interromper a marcha dos bandidos, reavendo o objecto do roubo para lho entregar.
Mas, quando ganha ao Sporting, tem-se a mesma alegria do jovem que conquista a miúda mais bonita do liceu, para espanto dos betinhos que não compreendem como é que uma pessoa com menos dinheiro do que eles consegue obter algo que os próprios nunca hão-de alcançar.

Monday, February 21, 2011

Durante a conferência de imprensa, após o Sporting-0-Benfica-2...

Surgiu uma voz feminina, supostamente de uma jornalista (estagiária ou não, não se sabe), cuja imagem a RTP N (como é hábito, e bem!) não mostrou. Manifestou-se exactamente assim:

“Boa noite! Jorge Jesus… pergunto-lhe duas coisas: primeiro, o que é que achou da expulsão por duplo amarelo do Sidnei, se considerou justa ou se achou que o Artur Soares Dias foi demasiado severo; e a segunda é se chegou a temer perder o Jardel quando ele teve aquele problema na, na cabeça”.

Ou a cunha é valente, ou a rapariga… tem um dormir com marca registada!

Saturday, February 19, 2011

ANONA


Sinfonia tropical de Beethoven!

Friday, February 18, 2011

About Pop Dell' Arte...

QUI 17 DE FEVEREIRO
Grande Auditório da Culturgest
21h30 · Duração: 1h30
M12 · 20 Euros

...The difference between cream and dream is that only one can give you sweetness.

Thursday, February 17, 2011

Benfica-2-Estugarda-1 (Liga Europa)

Para aqueles que acham que foi um mau resultado para a equipa da Luz, lanço-lhes apenas dois dados, indesmentíveis até ao dia de hoje:

foi a primeira vez que o Benfica deu a volta a um resultado, em jogos oficiais, na época 2010/2011;

a única equipa a quem o Benfica não ganhou um único jogo oficial, na época 2010/2011, é... alemã (Schalke 04).

Saturday, February 12, 2011

Riscas com quadrados não combinam

Costinha, percebes agora por que motivo foste despedido?!

É o Sporting…

Friday, February 11, 2011

Hosni Mubarak renunciou ao cargo de Presidente da República

Agora a música é outra.

Egipto: à procura de uma Bossa Nova!

Monday, January 31, 2011

Presidenciais 2011

Faz hoje uma semana que a Presidência da República de Portugal mudou. Mas, tal como na história de O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa, mudou-se para que se mantivesse tudo na mesma.
Por um lado, percebe-se a opção dos portugueses. Se podem conviver com o cordial espírito algarvio durante todo o ano, por um período de 10 anos, por que motivo hão-de esperar pelo Verão para serem mal servidos?
Por outro lado, é sempre bom ter um economista como Presidente, especialmente quando as campanhas eleitorais se centram nas avaliações de carácter, como o próprio Cavaco Silva referiu. Nesse campo, o professor mostrou-se igual a si mesmo, sem falsas humildades.
Ficámos todos a saber que não há nenhum português mais sério do que ele, ou seja, temos a personificação perfeita do namorado ou namorada, marido ou mulher, que, numa situação de menor confiança do companheiro, não apresenta nenhum álibi, dizendo-lhe apenas que é uma pessoa séria e que isso é o bastante para se tornar confiável. Basicamente, é o mesmo argumento que as crianças utilizam quando estão a perder uma batalha retórica, tentando pôr-lhe cobro com um desarmante “cala-te”.
Cavaco não o disse, mas aposto que todos os dias, antes de se deitar, olha-se diante de um espelho protegido por mogno e diz para a sua Maria, que, repousando no leito conjugal, aguarda ansiosamente pelo seu Aníbal: “sou um português acima da média, da moda e da mediana”.
Graças a pensamentos tão elevados como o supracitado, Portugal continua a ser um país que lidera no campo das melhores estatísticas apresentadas pela União Europeia. Sempre fomos muito bons na arte de aldrabar…
Mas falemos então dos derrotados, aqueles senhores que não tendo ganho fosse o que fosse, gritaram ‘vitória, vitória, vitória’.
Mais do que candidatos, foram representações míticas das personagens que ainda hoje povoam as memórias dos cidadãos com mais de 30 anos. Manuel Alegre desempenhou o papel de Batatinha, coadjuvado pelo Companhia. E se os dois palhaços se zangaram devido a uma muito provável discussão de narizes, o poeta ter-se-á apercebido, pela frieza dos números, que não precisava da Companhia do Partido Socialista. Não foi por acaso que se criou o ditado popular “mais vale só do que mal acompanhado”. Antes Alegre, agora triste…
Por seu turno, Fernando mostrou que é Nobre; mas as salsichas também o são e não é por isso que temos uma como principal figura do Estado português, com ketchup e maionese.
Já Francisco Lopes, olhado pelos sempre perspicazes analistas políticos como o senhor que se segue no Partido Comunista, tem um caminho a fazer. Só não se percebeu ao certo se é o caminho de regresso à vida de electricista ou o caminho da reforma antecipada, originada por alguma tendinite irremediavelmente incurável.
Mas os maiores destaques vão para os últimos classificados. José Manuel Coelho cotou-se claramente como o professor Neca da Política: canta e encanta, mas no final não ganha nada.
Defensor Moura, apesar de não ter ultrapassado os vários obstáculos que lhe foram colocados, deu sempre ideia de ser o antigo capitão da equipa portuguesa que terá ganho mais vezes os Jogos sem Fronteiras – a formação de Moura.
A verdade é que estes candidatos foram paupérrimos, ao ponto de o cantor e actor Manuel João Vieira, eterno candidato à Presidência da República, ter pudor em avançar até às urnas. Perdeu, muito provavelmente, a melhor hipótese da sua vida para poder cumprir o que vem prometendo há largos anos: “só desisto se ganhar”.

Tuesday, January 25, 2011

Eusébio

O Rei faz hoje 69... anos.
Ainda que possa não ser o único a fazê-lo(s), Eusébio habituou-nos, durante a sua longa e Gloriosa carreira, a efectuar movimentos como nenhum outro.
Parabéns, King!

Sunday, January 09, 2011

Com tranquilidade

Paulo Bento é um dos casos mais fascinantes do futebol português.
Como jogador, fez a sua formação nos pouco agradáveis campos pelados e, já sénior, nunca beneficiou de quaisquer favorecimentos mediáticos, ou por nunca ter tido um corte de cabelo como o de Paulo Sousa, ou porque lhe faltavam a arte e a velocidade que Figo e Rui Costa empregavam no jogo.
Como treinador, acabou por ser uma rábula do Gato Fedorento a catapultá-lo para uma notoriedade que, até então, os seus méritos não tinham permitido alcançar.
Mas, ao contrário do que possa parecer pelo que atrás se escreveu, Paulo Bento não é uma vítima; é um conquistador.
Um ano depois de uns miúdos poucos meses mais novos do que ele se sagrarem campeões do mundo em Riade, entrou para a história do Estrela da Amadora, ao marcar o primeiro golo da sua equipa na final da Taça de Portugal de 1990, contra o Farense. Foi a única Taça conquistada pelo clube.
Fiel aos poucos clubes que representou (Estrela da Amadora, Vitória de Guimarães, Benfica, Oviedo e Sporting), tornou-se um símbolo em todos eles, quase sempre com o estatuto de titular. E só com o emblema do clube espanhol é que não participou nas competições europeias.
Mesmo no dealbar da crise benfiquista, foi titular na conquista do último título do clube no século XX, a Taça de Portugal de 1996, troféu que as águias só voltariam a alcançar oito anos depois.
Depois da experiência espanhola, Paulo Bento regressou a Portugal para voltar a representar o Benfica, mas o clube da Luz esqueceu-se que, mesmo nos clubes do coração, os profissionais devem ser pagos pela mais-valia que representam. O atleta voltou a manifestar uma excelente leitura de jogo e mudou-se para Alvalade, talvez para condizer com o bairro onde cresceu. Aí, jogou na Champions logo em 2000, sagrou-se finalmente campeão português, em 2002, ano em que voltou a ganhar uma Taça de Portugal.
É certo que não foi uma estrela do futebol mundial, mas esteve presente em todas as principais competições internacionais, tanto de clubes como de selecções. Nunca se destacou pelas fintas prodigiosas nem por uma velocidade estonteante, mas sempre revelou uma visão de jogo invulgar e uma alma incontestável na entrega ao jogo, características próprias de quem pensava os jogos enquanto os jogava, como se desempenhasse ao mesmo tempo as funções de treinador.
Não foi de estranhar que, finda a carreira de atleta, abraçasse as funções de treinador. Estreou-se com um título de campeão a comandar os juniores do Sporting e, num momento de crise, transitou para o plantel sénior. Aí, apesar de não ter conseguido conquistar nenhuma Liga, ganhou duas Taças de Portugal e duas Supertaças, além de estar presente nas duas primeiras finais da Taça da Liga e em três edições da Liga dos Campeões, o que o clube não conseguia desde os seus tempos de jogador.
Abandonou o Sporting naquela que começava a ser, provavelmente, a maior crise dos últimos 20 anos no clube. Após quase um ano sem treinar, assumiu o comando da Selecção, no momento mais difícil dos últimos 12 anos.
Neste momento, já poucos se lembram de Scolari e quase ninguém quer recordar Queiroz. Paulo Bento, esse, não atira pedras a ninguém. Procura congregar, tendo na retaguarda os adjuntos que o têm acompanhado. E é, entre os treinadores da sua geração (Paulo Sérgio, Domingos Paciência, Rui Vitória, Pedro Caixinha, Pedro Martins), o que melhores resultados tem apresentado.
Nos primeiros embates, contra a Dinamarca (a quem Portugal não tinha ganho no último apuramento) e a Islândia (que derrotou na ilha gelada), teve a sorte de Deco, Simão, Paulo Ferreira e Miguel já terem renunciado à Selecção, mas a verdade é que não inventou nas suas opções.
Convocou o melhor lateral-direito português disponível (João Pereira), apostou num bloco central entrosado (Ricardo Carvalho e Pepe), confirmou que Moutinho, Martins e Nani deveriam ter estado presentes na África do Sul, foi perspicaz ao perceber que Meireles podia voltar a ser um número 6 e fez com que não restassem dúvidas de que Ronaldo também resolve jogos na Selecção.
Antes do jogo particular contra a selecção espanhola, de promoção da candidatura ibérica ao Mundial, Paulo Bento afirmou: “Queremos ser os melhores do mundo”. Mesmo tratando-se de um jogo particular, Portugal goleou os campeões da Europa e do Mundo por 4-0, com uma exibição de gala, inclusivamente a de Bosingwa, que jogou, por necessidades da equipa, na pouco habitual posição de defesa lateral esquerdo.
A conclusão é de que as palavras do actual seleccionador não são mera oratória, porque, dentro do campo, os jogadores têm-se mostrado tão orgulhosos por representar a Selecção como Paulo Bento sempre se mostrou profissional a envergar a camisola de todos os clubes por onde passou.
Paulo Bento nunca se furta a polémicas, mostra pulso firme e, apesar de todas as críticas, adapta sempre as equipas que orienta às características dos seus jogadores e dos adversários.
Ainda que alguma imprensa, por vezes, lembre o seu abandono dos estudos, é um dos treinadores portugueses cujo discurso é mais claro e conciso, tanto para a comunicação social como, pelos resultados que tem alcançado, para os jogadores que orienta.